terça-feira, 18 de agosto de 2009

Não vos conformeis com este mundo


Não vos conformeis com este mundo
NÃO VOS CONFORMEIS COM ESTE MUNDO!A sociedade moderna vem passando por momentos de profundas mudanças dopensamento e do agir que impactam e produzem resultados preocupantes noseio da mesma. Numa análise superficial e simples constata-se umasupremacia do individualismo e do imediatismo sobre o sensocomunitário, a partir da desorganização e desestruturação dafamília que vem perdendo, dia a dia, seu espaço insubstituível, desustentáculo e referência na sociedade, para os meios decomunicação de massa que, vorazmente, substituem sua missão detrazer a informação responsável e de auxiliar na formação dopensamento e do agir, pela exploração do lucro fácil, do desfazer edo desarraigar através da exposição fácil e irresponsável dohedonismo e da vulgaridade.Ao tempo em que ditam padrões de comportamento e de consumo, sob afalsa bandeira do direito à felicidade pessoal, rápida e a qualquercusto quebram, maliciosa e progressivamente, o senso maior que deveorientar e manter forte e estruturada a família e a sociedade: aresponsabilidade coletiva.Esse individualismo exacerbado enfraquece e debilita a sociedade comoum todo e produz a desigualdade gritante que, praticamente, estabelecee determina uma minoria elitizada, favorecida em tudo, inclusive e oque é pior, no manejo da Lei a seu favor, contra uma maioria demiseráveis e excluídos do direito e da justiça. A conseqüência semanifesta no enfraquecimento da capacidade de criação e de reaçãodos próprios indivíduos perante uma sociedade pervertida pelacorrupção generalizada dos costumes, resultando no enfraquecimento ena eliminação dos meios de realização de cada pessoa, grupo oufamília.Toda vez que alguns subtraem para si tudo ou quase tudo que deveria serdestinado a todos, só se pode esperar aquilo que assistimos,atualmente, em todos os lugares: meninos, meninas e jovens totalmentedesintegrados das famílias e criando para si e para a sociedade umasituação de espanto, desespero e medo.É necessário que cada indivíduo, organização ou grupo de pessoasreflita e comece a agir, imediatamente, desde a postura pessoal depreocupação, até a ação comunitária de cobrança e exigência decumprimento da Lei, em todas as suas instâncias, visando a que ainjusta distribuição de rendaseja corrigida e que o atendimento das necessidades individuais ecoletivas não seja estuprado pelo descaso e irresponsabilidadedaqueles que usam do que deveria ser destinado ao público, quase queexclusivamente, para o benefício pessoal e de seus apaniguados. Cadaindivíduo e grupo organizado de pessoas precisa indignar-se e fazervaler essa indignação perante quem os governa e legisla, para que osbenefícios da educação verdadeira,que começa e acaba na família,não sejam obscurecidos e suplantados, literalmente, pelos corruptosatravés, inclusive, dos meios de comunicação de massa. Cada famílianecessita e tem direito às condições de moradia digna, de trabalho,de educação, saúde e lazer para seus membros e, principalmente, daconsciência e certeza de poder sonhar com um futuro digno e não, comohoje, quando se persegue, quase sempre e apenas, os "15 minutos defama".Cada cidadão precisa, urgentemente, rever seus conceitos deindividualismo irresponsável e comprometer-se, seriamente, em resgataro direito e a justiça para aqueles que a sociedade marginalizou.Cabe a cada um cuidar disto, até pela própria sobrevivência!Todo indivíduo normal tem condições de recuperação e reintegraçãosocial. Menos o corrupto, por ser ladrão do Direito e da Lei.A criança e o jovem acolhido com a dignidade e a atenção que carece emerece, tem muita chance de transformar-se num cidadão valioso para asociedade e em alguém com o direito de sonhar e ser feliz. Não seráa dureza da Lei, nem o aparato policial através de presídios,viaturas, armas e casas de detenção quem resolverá tal situação.É, muito mais e com certeza, a ação concreta, responsável e urgentede compromisso de cada cidadão com a justiça e com o respeito àdignidade de cada um.Comece a fazer acontecer isto na sua casa, na sua empresa, no seucírculo de relacionamento. Comece a demonstrar, ativamente, suainquietação. Comece a refletir que o "de menor" que assalta emata o faz por ver na mídia, acessível em todos os recantos maisdistantes do País, "just in time" a exemplificação depolíticos e líderes corruptos de todas as instâncias, a quem ajustiça nunca alcança, porque a mesma é redigida e, tambémexecutada, muitas vezes, pelos mesmos que a transmudam,vergonhosamente.Não venha ninguém com a desfaçatez de querer negar que o adolescentee o jovem formam sua personalidade a partir da família, da escola e daexemplificação da sociedade com a qual tem contato, contato este que,infelizmente, traz de forma imediata e coercitiva, o uso e abuso do tãoirresponsável jargão: é assim mesmo!Hoje não se admite disciplina porque tudo "é assim mesmo";Não se respeita os idosos, porque "é assim mesmo";Não se respeita os Pais, porque "é assim mesmo";Posso tomar o lugar de alguém num concurso público porque "é assimmesmo".Só não vale, é claro, quando o favorecido não sou eu ou alguém domeu relacionamento!Por tudo isto e, por muito mais não dito aqui, COMO CRISTÃO, recomendoa leitura e reflexão de Romanos 12,2: "não vos conformeis com estemundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, paraque possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o quelhe agrada e o que é perfeito".COMO CIDADAO, recomendo a cada um:Tomemos vergonha na cara e reajamos à calhordice e a falta de respeitopróprio de acatarmos e abraçarmos tanta "gente boa" que rouba,sobrepuja, humilha e tira de tantos o direito à dignidade e à vida,seja através da contravenção, do crime organizado ou da"esperteza" no desvio dos recursos públicos.Digamos um NÃO bem autêntico ao popular jargão "é assim mesmo!"Para mim e para você, "NÃO É ASSIM, MESMO!"
João Batista Gomes Maia



Publicado no Recanto das Letras em 30/12/2007Código do texto: T797228

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